Nos últimos dias, as hashtags #BlackLivesMatter e #VidasNegrasImportaram estão entre os assuntos mais comentados no Twitter. O tema veio à tona com a onda de protestos nos Estados Unidos após o segurança George Floyd ser sufocado até a morte por um policial. O caso repercutiu no Brasil, onde a violência policial também é realidade. Há algumas semanas João Pedro, 14 anos, foi morto dentro de casa, no Rio de Janeiro, também por um policial .
Diante da reivindicação de que #VidasNegrasImportam , outro ponto passou a ser destacado na discussão: a necessidade de ser antirracista no dia a dia. "Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista", diz a frase da escritora Audre Lorde, uma das mais compartilhadas nesse momento.
Ao Delas, a jornalista e ativista do movimento negro Eduarda Nunes explica como aplicar o conceito na prática. “O primeiro passo é saber identificar o quanto de racismo há na construção do nosso país”, começa. Nesse sentido, é fundamental se interessar por narrativas não-convencionais e buscar pensadores e estudiosos negros, como a filósofa Djamila Ribeiro. Também vale seguir essas referências nas redes sociais!
Outro ponto importante é reconhecer a responsabilidade do branco na manutenção do racismo e na luta antirracista . “O racismo é um problema do branco”, aponta. Por isso, ao escutar um comentário racista de um colega, por exemplo, é seu papel repreender e mostrar o que está de errado naquela fala. Da mesma forma, faz parte do processo ouvir e aprender se você foi apontado por um comportamento racista. A escuta é imprescindível nesse momento.
Mesmo que você já se considere uma pessoa antirracista, Eduarda lembra que o preconceito pode persistir. Afinal, o racismo opera de diferentes formas e instâncias no dia a dia. Então, se foi acusado de algo, não questione. Pare e reflita sobre o que foi dito. “O antirracismo é um trabalho diário”, explica.
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