Os resultados vieram em linha com as projeções de analistas de mercado consultados pelo Poder360, que projetavam crescimento trimestral de 0,40% a 1,1%.
Na comparação com o 3º trimestre de 2017, houve alta de 1,3%. Em valores correntes, o PIB –que é a soma de bens e serviços produzidos no país– alcançou R$ 1,716 trilhão.
É o melhor resultado trimestral de 2018 até o momento. Apesar de a economia ter mostrado uma aceleração entre os meses de julho e setembro, a melhora se deve principalmente ao desempenho fraco no trimestre anterior –cujo resultado foi afetado pela greve dos caminhoneiros no final de maio.
O IBGE revisou o resultado do PIB em 2017. O crescimento da atividade econômica passou de 1% para 1,1%.
ALTA DE 1,1% AO ANO
No acumulado do ano, a atividade econômica acumula crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado está próximo da projeção do governo para 2018, de 1,4%.
Inicialmente, a estimativa oficial era de que a economia avançasse 3% em 2018. Mas, o governo vem ao longo do ano reduzindo a previsão de crescimento. A projeção já foi revista 4 vezes neste ano: passou de 2,97% em março, para 2,5% em maio, 1,6% em julho e para 1,4% em novembro.
A projeção oficial também está alinhada com a do mercado. Analistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus esperam crescimento de 1,39%.
Em 2017, a atividade avançou 1%. Apesar de positivo, o resultado está longe de compensar as perdas acumuladas durante a crise. Tanto em 2015 quanto em 2016 o PIB recuou 3,5%.
No acumulado em 12 meses, o PIB cresceu 1,4% em relação ao 2º trimestre de 2018.
AGROPECUÁRIA PUXA ALTA
Na avaliação por setores da atividade econômica, a Agropecuária apresentou o maior crescimento, de 0,7% em relação ao trimestre anterior. Seguida por Serviços, que subiram 0,5%, e pela Indústria, que teve o 1º resultado positivo em 2018, com ampliação de 0,4%.
Na Indústria, o segmento de transformação apresentou crescimento de 0,8%, enquanto a indústria extrativa e construção subiram 0,7% cada. Os ramos de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos tiveram baixa de 1,1%.
No caso de Serviços, todos os componentes tiveram resultados positivos, com destaque para Transporte, armazenagem e correio (2,6%).
Na comparação com o 3º trimestre de 2017, a agropecuária teve expansão de 2,5% enquanto o PIB industrial aumentou 0,8%. Serviços registraram crescimento de 1,2%.
INVESTIMENTOS E CONSUMO
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias manteve trajetória de recuperação, com alta de 0,6% na comparação com o 2º trimestre. Foi o melhor resultado desde o 3º trimestre de 2017.
“Este resultado foi influenciado pelas circunstâncias de alguns indicadores macroeconômicos ao longo do trimestre como a menor taxa de juros, acesso ao crédito e uma melhora no mercado de trabalho em comparação com o terceiro trimestre de 2017”, explica o IBGE.
Já o consumo do governo cresceu 0,3% depois de apresentar queda de 0,5% no 2º trimestre deste ano. Os investimentos no país, medidos pela formação bruta de capital fixo, apresentaram alta de 6,6% na comparação trimestral.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
No setor externo, as exportações de bens e serviços aumentaram 6,7% em relação ao trimestre anterior. As importações também apresentaram resultado positivo, de alta de 10,2%.
INVESTIMENTO E POUPANÇA
A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no 3º trimestre, acima do observado no mesmo período de 2017, de 15,4%.
Já a taxa de poupança foi de 14,9%, sem variação em relação ao mesmo período do ano passado.
ENTENDA O PIB
O Produto Interno Bruto é a soma de tudo o que o país produziu em 1 determinado período. Esse é dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia.
O resultado oficial é calculado de duas formas pelos IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): pela ótica da oferta, que considera tudo o que foi produzido no país, e pela ótica da demanda, que considera tudo o que foi consumido.
Pelo lado da oferta, são calculados os resultados:
- da indústria;
- dos serviços;
- da agropecuária
Já pelo lado da demanda, são considerados:
- o consumo das famílias;
- o consumo do governo;
- os investimentos;
- as exportações menos as importações
O resultado é apresentado trimestralmente pelo IBGE, que tem até 90 dias após o fechamento de 1 período para fazer a divulgação. Os dados consolidados, entretanto, ficam prontos só depois de 2 anos.
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