Nos primeiros três meses de 2022, mais de um terço dos lares brasileiros teve algum contaminado pelo coronavírus causador da covid-19. A revelação é do levantamento LinkQ, realizado pela empresa de pesquisas Kantar. As conclusões, divulgadas hoje (24), trazem ainda dados sobre aspectos comportamentais da população em meio à pandemia e à campanha de vacinação.
Os resultados foram obtidos a partir de uma amostragem de 3.400 domicílios, de todas as regiões do país. Entrevistas presenciais com um dos moradores de cada residência foram realizadas entre 15 e 31 de março. Em 10% dos lares visitados, os pesquisadores foram informados que todos os residentes do imóvel foram contaminados nos três primeiros meses de 2022. Em outros 10%, o coronavírus foi contraído por apenas uma pessoa e em 15% houve alguns infectados. Ao todo, em 35% dos domicílios visitados, a covid-19 fez alguma vítima entre janeiro e março.
Segundo dados do painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o primeiro trimestre deste ano foi o período em que o país assistiu a uma explosão de novos casos devido à disseminação da variante Ômicron. Ele concentra 25,1% de todas as 30,8 milhões de ocorrências registradas no país desde o início da pandemia. Por outro lado, apenas 6,1% das 665 mil mortes por covid-19 ocorreram nesses três meses.
Como já mostraram diferentes pesquisas, a vacinação se mostrou capaz de reduzir o risco de morte. No final do primeiro trimestre, mais de 74% dos brasileiros já haviam recebido duas doses.
No levantamento realizado pela Kantar, apurou-se que a campanha de vacinação alcançou quase todos os lares do país. Em 90% dos domicílios visitados, ao menos uma pessoa foi imunizada. Em apenas 7% ninguém se vacinou. Nos demais 3%, os moradores não declararam.
Comportamento
Os resultados do levantamento indicam ainda uma cautela na retomada das rotinas pré-pandemia: 55% dos entrevistados discordaram da volta ao convívio social antes da vacinação, e 61% concordaram que, mesmo imunizados, devem continuar saindo apenas para atividades essenciais.
Para 47%, a pandemia mudou hábitos de alimentação dentro de casa, enquanto 53% disseram que houve alterações em práticas alimentares fora do lar. O levantamento também revela que para 60% a vida financeira ou profissional foi afetada negativamente pela pandemia em algum momento.
Agência Brasil - Por Léo Rodrigues - Edição: Fernando Fraga