Os salários em geral estão estagnados ou em queda, mas o preço da carne disparou 8,09% em novembro, tornando o produto um artigo de luxo praticamente inacessível para considerável parcela do nosso povo, que sobrevive à base do Salário Mínimo ou com rendimentos ainda inferiores. A alta impactou a inflação medida pelo IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), que subiu a 0,51% no penúltimo mês do ano, contra 0,1% em outubro.
Foi o maior índice para novembro desde 2015 (quando o IPCA bateu em 1,01%). Em novembro do ano passado, a taxa havia sido negativa (-0,21%). A alta registrada no preço da carne reflete um valor médio para todo o país. Os preços variam por região e de acordo com o corte. Assim, o consumidor pode encontrar altas maiores ou menores nos açougues e supermercados.
O gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, atribuiu a alta da carne ao crescimento da demanda chinesa e à alta do dólar em relação ao real. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, afirmou.
Poderia ser diferente se os preços não estivessem dolarizados, flutuando ao sabor da demanda internacional e da especulação cambial. Afinal, o meio de pagamento no Brasil é o real e não o dólar.